Redesenvolvimento urbano em Curitiba. Contribuições do instrumento aos processos e projetos de regeneração urbana.
Este projeto de tese/pesquisa propõe investigar, discutir e prospectar as contribuições do instrumento de política urbanadenominado de «REDESENVOLVIMENTO URBANO», para a promoção de processos e projetos de REGENERAÇÃO URBANA (RU) na cidade de Curitiba – PR, mais especificamente no bairro do Rebouças, antiga região industrial da cidade, em estado de degradação desde 1973, ano da criação da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A hipótese é que a gestão territorial pode ser aprimorada mediante a atuação e a aplicação de instrumentos de política urbana adequados que estimulem a parceria entre os setores públicos e privados, contribuindo para um planejamento urbano mais convergente com as dinâmicas sócio-espaciais das cidades contemporâneas, bem como com a distribuição justa e equilibrada dos custos e benefícios oriunda de seu desenvolvimento. Idealiza-se um planejamento urbano alternativo ao tradicional (normativo), onde a viabilidade – técnica, econômica, social e ambiental – seja uma meta coletiva a ser alcançada por meio do diálogo, da transparência e do processo cooperativo, guiado por agentes capacitados técnica e humanisticamente. Parte-se do pressuposto que projetos e processos de RU oferecem uma grande oportunidade de se alcançar resultados satisfatórios que não seriam possíveis com o desenvolvimento urbano aleatório/espontâneo, ou baseado apenas em legislação urbanística, além de contribuir para criação de uma imagem compartilhada de cidade entre os seus gestores, habitantes e usuários, ao demonstrar boas práticas que podem ser compartilhadas em outras áreas da cidade. Este tipo de intervenção, sem dúvida, tem facetas que não terminaram de ser exploradas e necessita de análise contínua e colaboração de especialistas, autoridades governamentais e cidadãos. No desenvolvimento da pesquisa pretende-se avançar: (i) em pressupostos e características do processo de Regeneração Urbana e os princípios que orientam sua teoria e prática no planejamento urbano, bem como a evolução do conceito ao longo das últimas cinco décadas, em função das alterações no contexto socioeconômico e político-ideológico do espaço urbano, desde o fordismo ao pós-fordismo, (ii) na elucidação do instrumento de Redesenvolvimento Urbano, enfatizando sua dupla dimensão (projeto e gestão) apontando para um modelo que não negligencie as dimensões físico-urbanísticas e sociais-fenomenológicas ao valorizar o apelo econômico-financeiro do instrumento; (iii) no entendimento sobre as cidades a partir das recentes abordagens das ciências da complexidade, que estão permitindo o desenvolvimento de conceitos – de teoria da informação, interações, redes, fluxos, legibilidade, linguagem de padrões, estruturas fractais, princípios estruturais da teia urbana, conexões na arquitetura e desenho urbano, complexidade organizada – que corporificam uma nova ciência das cidades.