O fazer tecnológico e o papel do projeto na reorganização social do habitat
Será possível atender ao déficit habitacional com qualidade, fazer um planejamento digno dos processos e obter um resultado satisfatório em termos de urbanidade? Se tomamos como ponto de partida o privatismo e o planejamento urbano como marco regulatório da acumulação privada, realizados diretamente pelos produtores das “cidades aos pedaços”, logo percebemos que a pergunta inicial só nos permite algum tipo de ação se aceitarmos entrar neste jogo. Mas só se pode produzir urbanidade (experiência coletiva) acidentalmente se partimos de seu oposto (privatização de recursos e bens comuns): é necessário produzir pedaços de cidade conectados, a partir de regras diferentes. Então, como nos aproximamos destas regras? Em que condições isto seria possível? Que tipo de planejamento e/ou projeto é necessário? Para responder a estas perguntas apoiamo-nos no debate sobre tecnologias, buscando sistematizar processos reprodutíveis contextualmente com o caráter de transferências ou reapropriações tecnológicas para projetação e gestão territorial em agrupamentos sociais de baixa renda.