Projeto e potência: uma investigação sobre os processos de projeto na concepção urbanística da cidade contemporânea

Em um senso geral, este projeto trata de uma investigação sobre o fazer projetual urbanístico, relativo à cidade contemporânea: sua postura frente a exigências da atendimento cada vez mais fragmentadas e complexas, sua localização nas escalas decisórias de importância da cidade e seus modos e processos frente a essas ‘condições de produção’ – a partir das quais acontece.

Ele decorre das ideias surgidas em meu trabalho de Mestrado, que especulava sobre possíveis contribuições da Arte – a de Helio Oiticica, em particular –  e suas construções de subjetividade ao urbanismo, a partir do qual postulamos a noção de uma ‘nova objetividade’ do Projeto, que o coloca como dedicado a construir o ‘sentido das respostas’, antes das respostas em si, que poderiam, então, ser dele derivadas.

Para o desenvolvimento dessas ideias neste doutorado, pensamos em um trabalho de caráter reflexivo e qualitativo, que se ocupe de construir  pontos de vista de agentes dos processos de projeto, em particular de seus projetistas-urbanistas, que serão analisados frente às noções de complexidade, de que fala Morin; de um conteúdo político da estética, de que fala Rancière e, finalmente, frente às noções de potência e impotência, – esta última como uma espécie de ‘não-ato’ eficaz – que postula Agamben.

Nossa zona problemática, portanto, é a do urbanismo contemporâneo e a atualidade de sua Cultura de Projeto e nosso objetivo amplo é construir uma reflexão que ajude a entende-la – através de sua ‘auto-noção’, de sua localização como fazer social e de um revelar dos meios de sua produção . O Projeto como ato potente de contribuição à construção de significados e usos na cidade de hoje – e de amanhã.